3.27.2016

Amizade, Sexo e Chocolate - Conto Completo


Cheguei em casa querendo uma noite sossegada e calma, precisaria me preparar para o final de semana. Páscoa, na casa da minha família, dois dias aturando todos os meus parentes me perguntado por que estava solteira e sem filhos aos 35 anos.
Eu só ia por causa da minha mãe que ficaria extremamente magoada se não comparecesse a pelo menos um dos eventos da família. Minhas amigas já haviam dito para eu contratar um cara, alguém para fingir ser meu namorado, mas isso parecia ser muito infantil.


Meu telefone vibrou e fui ver o que era.
Uma mensagem no wattsapp do meu melhor amigo da escola, Michael, fazia alguns anos que não nos víamos, éramos muito unidos na época em que eu usava duas trancas e ele um óculos do Harry Potter.
"Mila, cheguei hoje na cidade, vamos combinar algo para amanhã?"
Droga, eu preferia mil vezes sair com Michael do que ir passar o fim de semana na fazenda da família, mas não podia faltar agora.
"Desculpa Mike mas não vai dar L
Reunião de família no fim de semana"
" Então que tal uma cerveja hoje?
“Claro!”
“Passo ai em 20 minutos :D"
"OK te espero"
Escolhi uma roupa bacana e fiquei esperando Mike chegar, logo ele batia na porta do meu apartamento.
Estaqueei quando enxerguei ele na porta, ele havia crescido nos lugares certos, vestia uma calca jeans e uma camisa social preta com os primeiros botões abertos. Estava lindo.
Voltei a mim quando ele me abraçou, e senti aquele cheiro característico dele, de roupa limpa e um perfume que nunca descobri qual era.
Me senti mal naquele momento, Mike evoluíra muito naqueles anos, era um importante executivo de uma industria de games e eu continuava lutando por um cargo melhor na empresa que eu trabalhava a anos, eu não tinha tempo para dietas e academia, não era uma mulher bonita, era absurdo ele era meu melhor amigo e eu o estava invejando.
- Tudo bem Mila? - sai de meus devaneios e sorri para ele.
- Tudo bem, só fiquei impressionada - falei tentando dar um tom de brincadeira - você esta um gato hein!? Garanto que esta arrasando corações lá na Gamelife. - Passei pela porta vendo que ele havia ficado vermelho e desconcertado - vamos?
Ele deu um sorriso caloroso e me seguiu.
- Vamos lá baixinha. – senti um calor no peito ao escutar meu apelido de criança.
Fomos ate um bar perto do  meu apartamento. Ele estava muito empolgado, pois na próxima semana ia para os estados unidos pesquisar novas plataformas para a empresa. Um ano fora do país.
- Eu só queria passar um pouco mais de tempo com os amigos, antes de ir. Minha mãe já deu a bênção dela para a viagem.
- Ah eu queria muito passar o final de semana por aqui. - falei bebericando minha cerveja - Mas já não fui no Natal e minha mãe ficaria muito triste com isso.
- Bem se você quiser posso ir com você.
- Ah Mike eu ia adorar, mas você já conhece minha família. Eles vão passar todo o fim de semana me enchendo por que estou solteira e sem filhos.
Ele deu uma risada gostosa.
- Sei bem como é isso. Minha mãe esta me pedindo netinhos. Você imagina isso? Eu com filhos?
- Pois é o que há de errado em ser solteira?
Rimos bastante até tarde da noite, depois peguei um táxi e voltei para casa. Quando abria a porta meu telefone começou a tocar.
“- Alô?”
- Mila! Mila! Tive uma idéia
- Mike? Espera, estou entrando em casa. – entrei em casa e continuei – do que você ta falando Mike? Não ta bêbado certo?
- Não Mila! Posso ir ai?
- Hum, tem certeza Mike, não quer fazer isso domingo a tarde? Vou tentar voltar o quanto antes e...
- Não, não precisa ser hoje! Domingo vai ser tarde
- Tudo bem Mike, estou te esperando.
Fiquei olhando para o celular perplexa, o que havia acontecido com Mike? Alguns minutos depois ele estava na minha porta ofegante.
- Você veio correndo ate aqui Mike? – Perguntei enquanto o convidava para entrar.
- Mais ou menos, na verdade sim, - olhei assustada para ele – mas meu hotel é aqui perto então não vim de tão longe.
- Você é louco.
Sentei no sofá cruzando as pernas e apontei uma poltrona para ele, ele sentou e fiquei esperando mas parecia que ele não conseguia articular o que precisava falar.
- Então qual era a sua idéia maravilhosa?
- Pensando bem acho que você vai achar idiota...
- Agora você vai ter que me contar Mike, ou vou ficar muito irritada! – falei atirando um travesseiro nele.
Ele desviou e riu um pouco.
- Então, sua mãe me conhece, e sempre achou que iríamos namorar, e eu vim para passar o final de semana com meus amigos, e você é minha melhor amiga...
- Não estou gostando dessa conversa Mike...
- Espera, podíamos fingir que estamos namorando, - antes que eu falasse algo ele completou – passaríamos o final de semana juntos, como antigamente e seus parentes não te incomodariam, bem eu não deixaria. – então deu de ombros e ficou me encarando.
Passei a mão no rosto, era tudo que minhas amigas sempre me diziam, fingir que tenho um namorado, mas eu sabia que nunca daria certo, eles sempre perguntariam onde meu namorado estava e eu não saberia mentir.
- Mas Mike... você sabe que a minha mãe e a sua ainda conversam certo? Isso poderia causar um mal entendido muito grande, sua mãe ia pensar que...
- Mas é esse meu objetivo, sabe minha mãe acha que sou solitário, mas se ela pensar que estamos juntos vai para de me pressionar.
- Mas ela não vai ficar magoada com você? Por não ter contado?
- Bem, talvez um pouco, mas sei que ela vai me perdoar e achar que estou esperando a hora certa para contar.
- Eu preciso de um banho, - levantei e fui em direção ao meu quarto – se quiser ficar por ai, tem um colchonete ali no armário – apontei – te dou uma resposta assim que sair.
Quando voltei ele dormia profundamente no sofá, pensei muito naquilo, não poderia fazer mal certo? Um final de semana juntos como nos velhos tempos e minha família ficaria satisfeita. Já estava decidido, eu iria com Mike. O que poderia dar errado?



Acordamos cedo na manha de sábado, quer dizer eu acordei e precisei sacudir Mike no sofá para que ele acordasse, depois de avisar que concordava com ele no seu plano. Teríamos que sair logo para chegar antes do meio dia na fazenda, então peguei minha bolsa e saímos do prédio.
Mike decidiu que era melhor irmos no carro dele, eu concordei pois meu carrinho não agüentava muito bem viagens e ele tinha um carro zero. Me assustei quando íamos para o hotel e ele pegou minha mão, a puxei muito rápido e ele parou e me olhou.
- Precisamos treinar Mila, tem que parecer que somos namorados – ele piscou – se quiser pode me chamar de meu amor.
Fiquei vermelha, e segurei a mão dele de volta.
- Tudo bem então, vamos lá meu amor – falei me aproximando mais dele, então foi à vez dele ficar vermelho.
Comecei a rir, buscamos as coisas dele e pegamos a estrada, fizemos uma parada em uma loja, pois ele queria pegar algumas coisas, quando ele voltou vi que havia comprado um vasinho com violetas.
- Pra que isso Mike? – perguntei enquanto ele colocava o cinto.
- Ahh é só um presente pra minha sogrinha.
- Você não devia, serio, não sei se devemos fazer isso, eu não vou conseguir.
- Agora é tarde Mila, vamos lá o que pode dar errado?
Depois de meia hora chegamos à entrada da fazenda, apesar de ser relativamente cedo, dez horas da manhã, algumas de minhas tias e minha mãe já estavam na varanda da casa. Pude notar direitinho algumas delas esticando bem o pescoço ao ver um carro diferente chegando. Mike estacionou perto da casa e logo minha mãe nos reconheceu e levantou quase derrubando a cadeira, vindo em nossa direção.
Quando saímos do carro ela fez o que sempre fazia quando via Mike, correu em sua direção e o abraçou.
- Mike! Quanto tempo não o vejo! – depois olhou para mim e em tom de reprovação continuou – Mila! Porque não avisou que o Mike vinha? Não preparei um quarto para ele.
Fiquei sem saber o que falar como eu não tinha pensado nisso? Eu abri a boca para falar algo, mas Mike me interrompeu pegando minha mão, minha mãe quase teve uma mini convulsão ao ver aquilo.
- Eu sabia! Sabia que vocês iam acabar juntos! – deu mais uma abraço entusiasmado em Mike – Meninos porque não contaram?
- Não queríamos criar expectativas em ninguém tia - ele falou – mas como vou viajar na segunda não queríamos passar este final de semana separados, - ele me puxou, me abraçou e olhou em meus olhos – não é amor?
Eu só consegui assentir com a cabeça, era tão natural para Mike que eu nem tentei intervir. Minha mãe já havia saído correndo e gritando para as minhas tias que eu estava namorando.
- Como você consegue fazer isso? - Sussurei.
- Isso o quê? – ele disse próximo ao meu ouvido enviando arrepios pela minha nuca.
- Mentir assim.
- Não é difícil, é só falar o que ela quer ouvir - falou dando de ombros enquanto chegávamos à varanda.
- Ainda bem que a sua vó sempre tem cestas de páscoa sobrando Mila, - se virou para Mike completando – eu preparei um quarto com cama de solteiro para a Mila, mas se quiser pode ficar com o meu. Você vai participar da caça aos ovos né Mike?
Minha mãe estava atropelando tudo como sempre. Busquei nossas coisas no carro e levei para o quarto que a minha mãe havia preparado, claro que era o quarto onde ficavam as bonecas e tralhas da minha infância, Mike já conhecia tudo isso, mas era irritante ter que fingir ser a namorada dele naquele quarto.
Ele entrou no quarto e foi direto ate uma boneca em cima da cama.
- Lembra dessa? Nós brincávamos que ela era nossa filha!
- Nossa como se lembra disso? Faz tanto tempo...
- Eu me lembro de muita coisa, principalmente o que passamos juntos... Vamos lá? Sua mãe pediu ajuda com o churrasco!
Fiquei ali parada sem saber se ele havia falado serio ou se estava representando, esse final de semana ia acabar comigo.
Mike foi muito prestativo com toda a minha família, brincando e rindo e sempre arranjando um tempo para ficar ao meu lado. Me lembrei de quando éramos mais jovens e a melhor coisa do mundo era quando ficávamos todo o tempo juntos, mas isso mudou depois da escola.
Sempre me senti tão à vontade com Mike que era natural nos darmos tão bem. Passamos toda à tarde nas brincadeiras da vovó.
Ela sempre organizava varias atividades que todos deviam participar, todos principalmente os seus filhos e netos adultos, ela dizia que era importante continuar com as tradições.
Nós ganhamos a corrida de três pernas, mas ao ir pegar o prêmio, um abacaxi, caímos, pois ainda estávamos amarrados um ao outro. Cai por cima dele e me senti estranha, como se aquilo fosse errado. Tentei me levantar muito rápido e cai novamente por cima dele o deixando sem ar. Quando conseguimos levantar eu estava muito vermelha e ele com um sorriso bobo no rosto.
Só consegui ouvir um muxoxo da minha mãe para o Mike antes de ir me ajeitar dentro de casa.
- Achei que ia sair um beijo... - e a resposta dele foi meio rindo meio se desculpando
- Ah tia, você sabe que a Mila é tímida...
Fiquei mais vermelha ainda.
No final da tarde a vovó tinha organizado um piquenique nas orlas da mata da fazenda, eu e Mike procuramos um lugar não muito longe dos outros para esticar a nossa toalha, porque segundo a minha mãe precisávamos aproveitar a companhia um do outro.
Ficamos em uma clareira com flores silvestres que eu adorava desde pequena. Espichei a toalha e me deitei olhando para cima, Mike se deitou do meu lado, de lado apoiando a cabeça no cotovelo, depois de um tempo olhei para ele e perguntei.
- Porque esta me olhando assim?
- Bem Mila, - ele falou tirando uma mecha de cabelo que havia caído no meu rosto, me deixando arrepiada com o toque - nós somos namorados, e namorados apaixonados admiram as suas namoradas lindas.
Me virei completamente para ele e assumi a mesma posição que ele  estava.
- Sabe, nunca soube que você mentia tão bem... - vi um certo espanto no olhar dele. 
- Mas não estou mentindo, claro exceto a parte dos namorados... sempre achei você linda Mila.
Encarei aqueles olhos castanhos luminosos, meu coração batia rápido demais para o meu gosto, ele levantou a mão e passou em meu rosto novamente, fechei os olhos com aquele carinho inesperado, seus dedos deixavam um rastro quente em meu rosto, senti sua aproximação, seu hálito quente, sua boca perto da minha, mas um clarão inesperado nos tirou daquele transe, uma de minhas tias estava tirando fotos e chegou bem a tempo de nos impedir, apesar de eu não saber se queria ter sido impedida.
- Camilinha!!! Olha que fofa ficou a foto - ela disse já sentando entre nós - que casal mais lindo!
Realmente a foto tinha ficado linda, se realmente fôssemos um casal seria o tipo de imagem que mostrariam os com orgulho em nosso casamento.
Ela levantou e saiu, o rosto de Mike estava sério e um pouco triste. Será que ele estava arrependido de quase ter me beijado? Só podia ser.
Me levantei e o puxei.
- Vem Mike, vamos nos balanços! - falei rindo - quem chegar por ultimo empurra. - e sai correndo antes que ele pudesse entender.
Vi um sorriso se formar em seu rosto, ele sussurrou algo para si mesmo e correu atrás de mim. Corremos até os balanços e pude perceber que ele diminuiu o ritmo, cheguei primeiro e ficamos por ali enquanto o sol se escondia nas arvores.
Aquilo era diferente, ele me empurrando no balanço em silêncio, era algo muito intimo apesar de não parecer, cada vez que ele encostava em minhas costas enviava pequenos arrepios pelo meu corpo.
Voltamos para casa e a família já preparava a janta, perguntei por que tão cedo e a vovó me falou que era porque todos precisavam dormir cedo, pois a caça aos ovos era amanhã.
Jantamos perto das oito e com todos cansados pela agitação do dia logo a casa estava silenciosa, eu e Mike nos sentamos na varanda tomando um copo de vinho e relembrando nossas travessuras. Fomos interrompidos pela minha mãe. 
- Mila, ajeitei o quarto para vocês, consegui um colchão de casal, mas vocês terão que dormir no chão.
Fiquei meio constrangida, mas Mike pegou minha mão deu boa noite para a minha mãe e me puxou em direção ao quarto. Chegamos lá e uma tensão estranha se instalou entre nós.
- Mila, eu queria pedir desculpa...
- Porque Mike? Você não fez nada...
- Aquela hora no piquenique eu..
- Esquece Mike, eu te entendo, você esta muito sozinho e..
- Bom, não foi bem isso, mas ... – ele me olhou com uma expressão meio triste - Eu vou me trocar para dormir. – ele disse indo em direção a porta.
- Espera, eu vou tomar um banho rápido, - peguei minhas coisas e sai, - pode se trocar aqui que eu já volto.
Tomei um banho mais demorado do que realmente precisava e me xinguei mentalmente por não ter trazido um pijama, sempre dormia só de lingerie, catei nas roupas uma camiseta e era assim que dormiria.
Quando voltei ao quarto Mike estava sentado na cadeira perto do colchão só de bermuda sem camisa, me senti um pouco mal, ele era lindo, com um torso bem definido apesar de não ser musculoso, eu tinha uma barriguinha saltada que tentava esconder a todo custo, mas com a camiseta era impossível. Ele me encarou abriu a boca como se fosse falar algo, mas desistiu.
- Então, vamos dormir? 
- Eu não sabia como iria querer fazer isso, - ele disse dando de ombros - quer que eu durma aonde? Posso providenciar uma cama com cobertores ali e...
- Porque? Não seria a primeira vez que dormiríamos na mesma cama. - Sentei no colchão e bati com a mão do meu lado - vem.
Ficamos deitados lado a lado em silencio por um tempo até que Mike se virou para mim. Do mesmo jeito que estávamos no piquenique. Fiquei imóvel sentindo meu coração se acelerar.
- Mila... - suspirei e me virei para ele encarando sua sombra na escuridão do quarto, - sei que somos amigos, mas eu não estou louco certo? Eu estou atraído por você, e você por mim, - e dizendo isso segurou meu queixo, tentando me decifrar no escuro.
- Eu também percebi Mike...
- Mas? 
Suspirei.
- Mas eu gosto muito de você, e não quero estragar nossa amizade, você sabe que pode acontecer não é?
- Entendo, mas não acho que vá acontecer... Até porque vou viajar e você vai se esquecer de mim... A não ser que eu faca algo para que se lembre de mim.
Sua mão foi de meu queixo para minha nuca me puxando para perto dele, minha boca perto da dele, minha respiração ofegando, o hálito dele se misturando ao meu.
- Só vou te beijar se você concordar Mila. E se eu te beijar não vou parar... a escolha é sua. 
Meu coração batia quase pulando pela boca. Eu sabia o que queria, não sabia se poderia suportar as conseqüências, mas naquele momento não iria recuar, aproximei minha boca da dele, encostando meus lábios trêmulos nos dele, com a minha aprovação ele pressionou mais os lábios me puxando mais para perto me dando um beijo frenético.
Um gemido escapou de meus lábios e pude sentir o seu corpo reagindo através da bermuda fina que ele vestia. Minha camiseta havia subido um pouco e uma de suas mãos passava pelas minhas costas me mandando pequenos choques de prazer que se refletiam na minha calcinha.
Seu beijo era suave e urgente ao mesmo tempo, incendiando meu corpo, quando percebi minhas mãos passeavam por seu peito sentindo sua pele quente. Ele largou minha nuca quebrando aquele beijo e me olhou diretamente nos olhos.
Era palpável o desejo, ele estava ofegando e seu cabelo estava bagunçado, e apesar do ar fresco que se infiltrava no quarto tanto ele quanto eu estávamos com o rosto molhado pelo suor.
Ele fez uma trilha com os dedos pelo meu pescoço deslizando a não  suavemente até chegar em minha barriga e na barra da minha camiseta, delicadamente a puxou me deixando somente de lingerie.
Suas mãos passearam pela minha barriga me deixando excitada e arrepiada, ele voltou a me beijar, suavemente sua mão desceu da minha barriga para minha calcinha me deixando extremamente nervosa, fazia muito tempo que eu não sentia aquilo. Quando ele finalmente tocou em mim dei um gemido muito alto, que ele cobriu com os próprios lábios. Depois sussurrou em meu ouvido:
- Linda... – ele falou com uma voz rouca - não esquece que estamos no quarto ao lado do da sua mãe... – e mordiscou o meu ouvido enquanto me masturbava delicadamente. Mordi o lábio para não gemer alto, enquanto ele me beijava no pescoço.
Logo nos embolávamos naquele colchão, rolamos para o lado e foi minha vez de subir em cima dele, puxei sua bermuda o libertando, ele tirou meu sutiã e eu levantei e tirei a calcinha. Estávamos no modo automático, nada mais importava alem daquele momento, ele me deitou novamente e ficou por cima, delicadamente passou a mão em meu rosto e me penetrou, no mesmo momento pôs a mão em minha boca, o gemido que eu soltei acordaria a casa toda e acho que ele percebera aquilo por isso tentara abafar.
Depois disso um frenesi tomou conta de nossos corpos e a noite foi curta para saciarmos todo aquele desejo. Nunca havia me sentido tão atraída e tão realizada depois do sexo. Até aquele momento.
Acordei com o sol no meu rosto, nua tapada somente por um fino lençol. Olhei para o lado procurando Mike, mas não o enxerguei. Minha preocupação de ele ter se arrependido acabou quando ele entrou no quarto carregando uma caneca de café fumegante e um pãozinho na outra.
- Bom dia dorminhoca! – ele disse dando um sorriso muito grande – Peguei café para você. A sua mãe passou aqui mais cedo, mas você estava meio cansada e não acordou. Pedi pra ela deixar você dormir.
- Bom dia, você não precisava se incomodar com isso – disse pegando a caneca – Mike... você não está arrependido?
- Por que estaria? Você é tudo que sempre imaginei Mila. – ele disse me dando um beijo na bochecha me deixando quente em lugares inapropriados. – Você se arrependeu?
- Não, eu... Não foi a melhor noite da minha vida, serio... Só tenho medo que fique tudo diferente.
- Já estava diferente Mila. – ele disse levantando e indo em direção a porta – Só que você não tinha notado.
Ele saiu e pude escutar minha mãe falando com ele fora do quarto, pedindo ajuda para alguma coisa. Me levantei e senti aquela dor característica de depois do sexo, era muito bom.

Passamos o dia ajudando a vovó com os preparativos da caça aos ovos, me peguei observando as atitudes de Mike, ele era um doce, amável com todos, e ficava lançando olhares sensuais para mim todo o tempo.
Á tarde começamos à caça aos ovos, e na tradição da família casais procuravam juntos. Mike me levou por uma trilha que minha mãe havia indicado, encontramos alguns ovos e chocolates perto de um celeiro abandonado, quando me abaixei para recolhê-los senti as mãos de Mike sobre o meu corpo, me acariciando. Eu já estava muito excitada, os beijamos ele mordiscava meus lábios me dando choques de prazer, já estava louca quando ele sussurrou para mim:
- Acho que ninguém vai ouvir seus gemidos aqui...
Rolamos em alguns sacos caídos por ali, ouvi o som de algo sendo esmagado, mas ignorei completamente. Ali praticamente ao ar livre transamos sem pensar me quem poderia estar ouvindo.
Quando voltamos com uma cesta quase vazia para casa ouvi minhas tias dando risadinhas. Logo minha mãe veio em minha direção com um olhar muito estranho no rosto.
- Mila aconteceu alguma coisa? Você caiu?
- Não mãe, porque?
- Bem. Olhe seu vestido!
Olhei para baixo, estava usando um vestido amarelo claro e percebi que as costas da saia estava toda manchada de algo marrom, que depois percebi ser chocolate, quando Mike olhou ficou vermelho e eu já estava um pimentão. Nos olhamos e começamos a rir. Minha mãe olhou deu uma risadinha e saiu balançando a cabeça.
No fim da tarde após nos despedirmos Mike deu as violetas para minha mãe, que ficou emocionada e chorosa pedindo a ele que mandasse mensagens para ela dos Estados Unidos.
Voltamos em silencio para casa, e passamos a noite juntos, completamente acordados, aproveitando todos os instantes até que ele precisasse ir pegar o seu avião.
Trabalhei todo aquele dia, pensando em como não havia percebido aquilo antes, e lamentando pois agora era tarde, Mike ficaria um ano longe, e eu nunca esqueceria aquele final de semana de Amizade, sexo e Chocolate.



****
De: Michael
Para: Camila
Mila,

Este foi num final de semana memorável. Há muito tempo não pensava que pudéssemos formar um casal, você é minha melhor amiga, a menina para quem contei sobre a minha primeira paixão, que contei o fracasso que foi minha primeira vez.
Neste final de semana consegui conhecer melhor a mulher que se tornou.
Não quero te pressionar, mas sei que também sentiu mais que uma simples atração por mim, os meus sentimentos de amizade evoluíram, e acho que os seus também.
Eu quero te pedir uma chance, uma chance para que possamos nos entender, não como amigos, mas como um casal.
Sei que agora fica difícil com minha viagem para o exterior, mas uma vez por mês volto ao país e queria te pedir, uma chance de te conquistar.
Não precisa me responder esta carta, dentro de um mês estarei naquele bar que nos encontramos na sexta. Se você quiser dar uma chance a esse sentimento esteja lá que vou saber.
Do seu amigo (e pretendente),

Mike.


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