8.03.2016

Chamado da Alma - Conto Completo


Acordei com um pulo depois daquele sonho vivido. Minhas noites andavam recheadas de sonhos como aquele, mas este último havia sido muito mais real que os de costume.
O pior de tudo era que eu lembrava cada detalhe do sonho, uma coisa que segundo minha psicóloga era impossível.
Ok. Sim eu tenho uma psicóloga e visito ela mais do que eu gostaria de admitir. Segundo ela eu tinha sonhos intensos e minha imaginação criava as cenas, mesmo que eu não tivesse realmente sonhado com aquilo. Mas eu sabia que não era a minha imaginação.


Geralmente começava em um cemitério, mais especificamente o cemitério que minha avó havia sido enterrada. Em meio a uma neblina aterrorizante eu podia ver um homem em pé apoiado em uma lápide com um anjo entalhado. Não conseguia enxergar os seus olhos, mas podia sentir que eram penetrantes, me queimavam a pele e um calor estranho subia pelas minhas pernas.
Eu vestia uma camisola branca esvoaçante, contrastando com minha pele morena, em todas as vezes que ia na direção ao estranho nunca consegui decifrar seu rosto, mas podia sentir uma beleza extraordinária. Sempre dançamos, sem nenhuma musica em meio à neblina fantasmagórica e ao final ele me inclinava e sorria aí eu podia ver seus dentes afiados e pontiagudos e acordava nessa hora.
Mas não desta vez, desta vez ele me olhou, passou os dedos gélidos em meu pescoço, o que me fez inclinar, e cravou suas presas em meu pescoço, eu podia sentir sua boca fria em contato com a pele quente do meu pescoço, podia senti-lo sugando o meu sangue, eu queria acordar mas aquele sonho foi tão intenso que podia sentir as perfurações de sua mordida latejando em meu pescoço.
Não conseguia acreditar que fora somente um sonho, me imagino contando para minha psicóloga:
- Olha Esther, não é que eu não confie em você, mas acho que não estou sonhando. Sinto como se fosse uma premonição, acho que vampiros existem e um em particular esta atrás de mim.
- Bem Catherine, vou lhe receitar antipsicoticos e depois voltamos a conversar.
E claro que ela iria sugerir uma internação. É obvio que acho que estou ficando louca. Mas o que posso fazer? Me sinto muito lúcida apesar de tudo.
Resolvi deixar aquilo de lado levantei e tomei um banho, ainda sentia o local onde as presas do vampiro haviam tocado, em meu sonho. Olhei o pescoço no espelho por diversos minutos mas não havia mais que uma vermelhidão no local, que devia ser por eu ficar mexendo e tocando a todo momento.
Dentro de duas horas tinha uma consulta com a minha psicóloga. Obrigatória. Se eu faltasse haveriam muitas perguntas, que eu não estava disposta a responder.
Tudo bem você deve estar querendo saber por que tenho sessões obrigatórias com uma psicóloga.
É complicado. Eu não lembro muito bem. Eu tive um namorado. Sim, TIVE. Não tenho mais. E não porque dei um pé na bunda ou levei um. Acontece que ele se matou. E parece que eu também tentei me matar.
Eu digo parece porque não lembro de ter tentado e nem acredito que tentaria, só sei que acordei no hospital um mês depois com minha mãe sentada ao meu lado. Aos prantos ela me contou tudo. Meu pai, um católico ferrenho, não fala comigo desde então. Já se passaram dois anos e ainda sou obrigada a ir semanalmente a uma sessão com a psicóloga. Se deixar de ir preciso me relatar a ela e fazer sessões extras.
Carrego as marcas da “minha” tentativa de suicídio nos pulsos. Três linhas brancas muito visíveis em minha pele morena. Uso braceletes para esconder, mas muitas vezes as pessoas perguntam e me sinto envergonhada para contar. Desde que aconteceu tenho pequenas premonições, arrepios quando passo em certos lugares.
Tive uma visão com minha avó alguns dias antes de ela morrer, ela disse que acreditava em mim, e que a veria em breve.
Isso tudo me deixava muito assustada no inicio, contei para minha psicóloga, mas só o que ela fez foi aumentar a quantidade de remédios que eu já tomava. Com isso comecei a mentir para ela. Agora me sinto sã sem os remédios, e apesar de ainda ter visões e premonições, isso não me preocupava como antes.
Até agora. Até começar a sonhar com aquele misterioso homem.
O pior é que não é uma preocupação de ser perseguida ou morrer. Me preocupo em nunca encontrá-lo. Isso é o mais perturbador. Me arrumei para ir a sessão, lá tudo ocorreu normalmente, como sempre, contei que tive um pesadelo e ela pediu para que comesse coisas mais leves a noite.
O meu dia foi o mais normal possível. Como era uma sexta feira resolvi marcar com algumas amigas e sair para beber e dançar. Nos encontramos no mesmo bar em que sempre íamos, bebemos um pouco e dançamos ao som da pequena banda que tocava no bar. Meus pensamentos andavam longe quando uma das meninas veio falar em meus ouvidos:
- Cat! – virei para ela para entender melhor. – Você tem um admirador – ela disse apontando para o outro lado do bar.
Congelei na mesma hora. Só de sentir os seus olhos eu já sabia quem era. Sua postura. Seu casaco preto. Seu olhar intenso. Tudo me atraia para aquele desconhecido.
O homem dos meus sonhos, literalmente o homem dos meus sonhos. Comecei a andar em sua direção e ele na minha. A batida de uma musica agitada tocava ao fundo como em um sonho. Aquilo me embalou até ele. Minha imaginação não era fértil o bastante. Nada que imaginei era o suficiente para descrever a beleza dele.
Nos encontramos no meio da pista de dança. Ele passou sua mão fria pelo meu rosto, deixando um rastro de frio enquanto descia pelo meu pescoço. Embalada pela musica e por seus olhos hipnóticos comecei a dançar.
Quando me dei por conta estávamos próximos a porta. Ele largou minha cintura e estendeu a mão, hesitei por um instante, olhei minhas amigas na pista de dança, estavam muito distraídas e envolvidas pela dança.
Peguei sua mão e o segui em silencio, toda vez que pensava em dizer algo abria a boca e logo fechava. Como iria perguntar algo? Eu o estava seguindo sem questionar. Se ele fosse um assassino á sangue frio eu seria encontrada em algum canto morta com um sorriso nos lábios.
Chegamos á um parque onde ele sentou e me olhou. Sentei ao seu Aldo e devolvi o olhar.
- Você sabe que isso é perigoso não é? – ele disse com uma voz suave e rouca.
- Porque diz isso? Tem medo que eu revele algo?
- Não. Você é muito imprudente. – ele disse com um olhar intenso. – não pensou que eu poderia machucar você? Nem por um segundo imaginou que eu á estava atraindo para uma armadilha?
- Claro que pensei nisso... mas por que todo esse trabalho? Para me fazer desejá-lo a ponto de perder todo o pouco juízo que já tenho? Que diferença faria para você? Mesmo que fosse uma armadilha eu ficaria feliz em ser notada desse jeito.
- Você não tem medo de mim? – conforme ele disse isso pareceu aumentar de tamanho, pude ver suas presas de relance. Senti um tremor, um frio na barriga. Não, não era medo. Era expectativa.
Ele suspirou e continuou. – Posso ver que não, alias posso sentir. Seu cheiro me passa varias emoções, nenhuma delas é medo. – ele passou a mão pelo rosto como se estivesse cansado.
- Porque você aparece em meus sonhos? – perguntei – Porque é algo tão intenso?
- Você me chama todas as noites Catherine. Sou atraído por você a cada minuto que se passa, e a cada dia fica mais intenso.
- Isso é sério? – fiquei perplexa quando ele acenou a cabeça com um sim silencioso. – não consigo entender.
- Você sabe o que eu sou Catherine? – vi um lampejo e seus olhos passaram de negros á vermelhos.
- Acho que sim – respondi – apesar de ás vezes achar que perdi o pouco da sanidade que me restou.
- Você sabe o que vai acontecer  Catherine? Sabe o que significa você ter me chamado e eu estar aqui falando com você?
Fiz um sinal negativo com a cabeça, não imaginava o que estava acontecendo e apesar de saber que era real não conseguia acreditar em tudo aquilo. Ele segurou meu queixo e levantou me rosto ate que meus olhos ficassem na altura dos seus.
- Você morreu Catherine. Seu corpo e sua alma estão em conflito. Seu corpo resiste enquanto sua alma quer partir, e você se encontra dividida entre o mundo dos vivos e dos mortos. Eu posso acabar com isso. Mas você tem que escolher.
- Eu morri? Perguntei, mas seus olhos continuavam fixos nos meus e não foi preciso que ele confirmasse, eu acreditava por mais absurdo que parecesse, não conseguia identificar nenhuma mentira em seu semblante, seu olhar me parecia puro como de uma criança. – O que eu devo fazer? Que escolha é essa que pode me ajudar?
Ele abriu um leve sorriso levantou e me puxou junto com ele.
- Você pode continuar vivendo como está, posso fazer com que se esqueça de mim, esqueça que estive aqui, mas você continuara a atrair criaturas da noite e um dia uma irá por fim ao sofrimento de sua alma.
- Ou? – perguntei rapidamente sentindo arrepios na pele só de pensar que ou o que seriam essas criaturas da noite de que ele falava.
- Você se torna minha – um arrepio diferente subiu pelas minhas costas, e um calor pelas minhas pernas – sua alma se libertará do fardo de permanecer entre os vivos querendo estar morta, ficara unida ao seu corpo, e seu corpo – ele falou me analisando de cima á baixo – se tornará forte e belo ... para sempre.
- Não me parece uma escolha difícil se quer saber.
- Você terá que abrir mão de sua família, de seus amigos, se tornara uma predadora, se tornara a sombra que espreita pela noite, será aquilo que as pessoas mais temem mesmo sem saber. – ele disse isso me rodeando, sua sombra me aterrorizava, me fazia sentir um medo profundo com cada palavra pronunciada. – você irá se alimentar, irá matar para isso, não pense que sou bonzinho, você não vai ser também. Seus desejos vão te dominar – um sorriso travesso brincou em seus lábios desfazendo aquela aura de terror – desejos que você reprime agora serão os mais fortes, desejos sexuais contidos geralmente aumentam a fome de sangue e de sexo.
Enrubesci na mesma hora, pensava que não era contida sexualmente, mas também não era uma mulher que se satisfazia a todo momento.
- Eu não posso continuar assim. Se é o melhor, que seja então. Não tenho amigos que sentirão falta, minha família só resta a mamãe, mas acho que ela ficaria aliviada se eu sumisse. – falei tentando parecer que não me importava.
Ele me olhou e senti de súbito que estava me analisando, ele tentava decidir se era realmente aquilo que eu queria? Se eu estava mentindo? Não tinha como eu saber. Se ele era minha esperança de uma vida normal eu tentaria.
- Agora você será  minha... entende o que isso quer dizer?
Assenti, ele pegou minha mão e me conduziu de volta a boate, me puxou até o meio do salão e começou a dançar. Por um instante fiquei parada, depois fui envolvida pela musica e me deixei levar, ele me segurava firme e me virava para todos os lados, suas mãos frias queimavam minha pele por cima da roupa, de repente ele se aproximou de meu ouvido e sussurrou:
- A propósito meu nome é Guillermo. – dito isso ele deu um beijo suave em minha orelha me deixando arrepiada e alerta. Aos poucos não conseguia esconder o desejo que sentia, a eletricidade entre nos era palpável.
Em um canto do salão ele começou a me beijar, primeiro de leve, depois intensamente aos poucos a musica era só um som ao fundo, tudo que eu podia sentir e ouvir era o desejo de nossos corpos, minha mente ficou nublada, percebi que ele me levara ate algum lugar, mas não conseguia definir ate que ele me sentou em uma mesa. Parecia um escritório, Não importava.
Minha saia subiu e ele se encaixou entre minhas coxas enquanto eu puxava sua camiseta, sua jaqueta já estava no chão. De súbito ele parou e se afastou de mim, tirou a camiseta bem devagar olhando diretamente para mim, fiquei admirando seu peito másculo ele é lindo como uma alucinação saída de um sonho erótico.
- Se continuarmos – ele disse ofegando – não poderei mais parar.
Respondi tirando a minha blusa, deixando a mostra meu sutiã preto de renda, ele deu um grunhido e se atirou como um animal atrás de sua presa.
Eu não conseguiria dizer por onde suas mãos andavam de tão intensas que eram, eu me encontrava em êxtase, meu corpo nunca tinha experimentado um prazer tão grande, todas as minhas terminações nervosas estavam ativadas, ele me lambeu, chupou, mordiscou, fez de mim um brinquedo que a cada toque ficava mais quente, mais intenso, cada toque dele era quase um orgasmo para mim. Quando achei que não agüentaria mais um minuto daquela tortura erótica ele me tomou para si, foi a sensação mais intensa que tive em toda a minha vida. Não sentia mais nada alem daquele homem maravilhoso, seu cheiro, seu toque frio, sua pele macia, tudo era êxtase puro. Por um instante ele parou e me olhou com seus olhos dilatados e vermelhos.
- Está pronta? – com uma voz sensualmente rouca – esta pronta para morrer?
Eu deveria ter sentido medo com aquela declaração, ele não estava brincando, seus olhos clamavam por sangue, mas o que consegui fazer foi dar um gemido de puro prazer e expectativa.
Ele começou a se mover lentamente, me deixando ciente de cada parte do meu corpo e do dele, seus olhos se tornaram mais famintos e de um vermelho rubro aterrorizador, suas presas se mostraram, afiadas como facas, um grunhido animalesco começou a se formar em seu peito conforme ele aumentava o ritmo, eu podia sentir a vibração daquele homem dentro de mim.
Ele me segurou firme na cintura sem parar de se mover, passou a Mao pelo meu ombro, subindo lentamente ate o meu pescoço, tirando o cabelo da frente e o deixando completamente exposto, o suor brotava da minha pele, ele empurrou minha cabeça para o lado e mordeu. Uma dor causticante se seguiu depois da mordida ele continuava se movendo dentro de mim tornando a dor um pouco mais suportável, o prazer mesclando as sensações, podia sentir meu sangue se esvaindo ate que atingi o clímax, a dor superou o prazer e em um grito desfaleci.
Acordei deitada ao lado de Guillermo. No chão, ele me observava cautelosamente. Ouvi a musica que tocava no salão atrás da porta, podia sentir o ritmo e batida em minha pele. Pensei em levantar e já estava de pé, olhei para Guillermo, minha visão que nunca foi boa estava perfeita, eu nunca o enxerguei realmente, ele não era só bonito, tinha cicatrizes que eu não havia notado e sua pele não era tão perfeita como eu achava. Podia ver tudo a minha volta, os cheiros me deixavam inebriada, perfumes de todos os tipos, mas só um me chamava atenção, era cheiro de pele, de suor, de desejo.
Guillermo se levantou lentamente, como se tivesse medo de me assustar. Esticou a mão pára mim mas não me buscou, esperou que eu o tocasse, sua pele antes fria estava na mesma temperatura da minha. Olhei mais cuidadosamente para as minhas mãos, minhas cicatrizes continuavam nos pulsos, minha pele estava mais clara, mas não perdera seu tom negro. Escutei um sussurro e parei para ouvir.
- Você é linda. – ele disse nas minhas costas, virei para ele e o encarei – agora você precisa se alimentar pela primeira vez.
Me vesti rapidamente e ele me conduziu pelo salão. Percebi que havia passado bastante tempo, não via minhas amigas em canto nenhum, olhei o celular e percebi que tinha uma mensagem dizendo que tinham me procurado e como não tinham me encontrado iriam embora. Poucas pessoas permaneciam no bar, um rapaz bêbado caído por cima do balcão, uma prostituta se agarrando com um homem e um casal discutindo em um canto me chamaram a atenção.
Senti a aproximação de Guillermo antes que me tocasse.
 - Você pode escolher, - e acrescentou -  quem você quiser.
Fui ate o bar e fiquei observando, não sabia exatamente o que fazer, Guillermo se sentou em uma das mesas pegou uma cerveja e ficou só olhando com um sorriso letal no rosto, a briga do casal chegou a um ponto critico e a mulher já estressada atirou um copo nele. Senti o cheiro antes de ver, o cheiro acre e doce do sangue dele escorrendo pelo rosto. A mulher saiu pela porta correndo enquanto ele a olhava assustado, agora só restavam ele, o rapaz bêbado e o casal se agarrando no canto alem de um barman espinhento lendo uma revista pornográfica. Olhei de relance para Guillermo e como se lesse os meus pensamentos ele foi ate a única saída e a trancou.
Me dirigi ate o homem da briga, que havia sentado no bar, peguei sua mão e o levei ate a pista e comecei a dançar, ele parecia não acreditar que aquilo estava acontecendo. Eu me esfregava nele e aos poucos ele foi relaxando, olhava de canto para a porta imaginei que esperava que a mulher entrasse a qualquer momento, ela não faria isso. Agarrei seu pescoço e lambi seu rosto que continuava sangrando, um êxtase sem igual me atingiu. Meus olhos se dilataram e olhei serenamente para ele. Quando me retribuiu o olhar pude ver a mudança, seu olhar de desejo e luxuria se transformou em medo, terror, ele se desvencilhou dos meus braços e saiu correndo, não teve nenhuma chance de chegar a porta, seus sentidos já entorpecidos não eram páreo para mim. Em um piscar de olhos eu o segurava pelo pescoço.
Pude ver meu reflexo em seu olhar, não reconheci aquela pessoa, mas não me importei. Aquela era minha presa. Ela não fugiria, virei seu pescoço para o lado, mas a minha força era tanta que acabei o matando. Senti Guillermo ao meu lado.
- Não beba dele, ele está morto.
Olhei para ele com fúria no olhar, mas obedeci. O barman parecia não ter notado nada, fui lentamente ate ele pedi uma bebida e o ataquei. Seu sangue era doce, quanto mais ele se debatia e gritava mais prazer eu sentia. Guillermo me olhava de um canto do salão. Gritos ecoavam dentro do salão, percebi que o homem e a prostituta  tentavam sair freneticamente pela porta.
Peguei os dois sem piedade, a prostituta chorava em um canto quando acabei com o homem, ela fazia cruzes com a mãe e rezava para que alguém a salvasse. Ninguém a salvou. Nem me lembrava do jovem bêbado até que ele me atacou com um pedaço de madeira. A coragem dele me deixou perplexa, ele fugiu quando me viu sorrindo. Olhei para o lado e me vi em um espelho, olhos vermelhos, presas enormes, minha blusa se encontrava meio aberta com o sutiã aparecendo, mas o impressionante era a quantidade de sangue que escorria pelos cantos de minha boca, minha blusa branca estava salpicada, parecia um filme de terror. E eu gostei, o cheiro do medo dele me excitava. Persegui ele por todo o prédio deixando para pega-lo quando chegou ao terraço. Sob a luz da lua matei mais aquele homem, sem remorso suguei toda a vida que fluía em suas veias.

Guillermo me levou embora logo depois do massacre, perguntei se não devíamos limpar tudo e ele respondeu que já havia feito isso, não havia escondido os corpos, mas o modo como eles foram mortos.
Ele me explicou que minha alma estava morta agora, eu não sou mais a Catherine de antes, eu não me importaria em matar, assim como ele.
Também me lembrei do que havia acontecido quando supostamente tentei me matar. Eu não tentei, como eu já imaginava meu namorado não havia aceitado o termino, do qual não me lembrava, me drogara e forjara uma tentativa de suicídio.
Me sentia forte e controlada, dona de minha própria vida. Alguns dias depois liguei para minha mãe e avisei que iria embora. Não queria que ninguém me procurasse, deixei bem claro. Eles iriam atrás de mim, isso era certo com o meu histórico suicida, mas desistiriam logo. Eu não faria falta.
Descobri logo que o que Guillermo mandasse eu obedeceria. Ele é o meu criador. Devo minha morte e minha ressurreição a ele. Mas mesmo que ele seja meu criador existe um vinculo maior entre nós, minha alma escolheu ele para obter a libertação. Ele se tornou muito curioso quanto as minhas habilidades. Me recuperei rapidamente da transformação, e obtive o controle do meu apetite mais rápido que o normal. Ele acha tudo muito curioso. E quer me manter só para ele. Por enquanto.
Ele é obcecado por registros, me pediu para escrever um diário, um relato de tudo que aconteceu comigo. Não foi difícil, já tinha o habito de escrever em um diário virtual. Sem datas, só relatos.

Só mais um fato do que acontece em minha vida. 

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