Acordei com um pulo
depois daquele sonho vivido. Minhas noites andavam recheadas de sonhos como
aquele, mas este último havia sido muito mais real que os de costume.
O pior de tudo era que
eu lembrava cada detalhe do sonho, uma coisa que segundo minha psicóloga era
impossÃvel.
Ok. Sim eu tenho uma
psicóloga e visito ela mais do que eu gostaria de admitir. Segundo ela eu tinha
sonhos intensos e minha imaginação criava as cenas, mesmo que eu não tivesse
realmente sonhado com aquilo. Mas eu sabia que não era a minha imaginação.
Geralmente começava em
um cemitério, mais especificamente o cemitério que minha avó havia sido
enterrada. Em meio a uma neblina aterrorizante eu podia ver um homem em pé
apoiado em uma lápide com um anjo entalhado. Não conseguia enxergar os seus
olhos, mas podia sentir que eram penetrantes, me queimavam a pele e um calor
estranho subia pelas minhas pernas.
Eu vestia uma camisola
branca esvoaçante, contrastando com minha pele morena, em todas as vezes que ia
na direção ao estranho nunca consegui decifrar seu rosto, mas podia sentir uma
beleza extraordinária. Sempre dançamos, sem nenhuma musica em meio à neblina
fantasmagórica e ao final ele me inclinava e sorria aà eu podia ver seus dentes
afiados e pontiagudos e acordava nessa hora.
Mas não desta vez,
desta vez ele me olhou, passou os dedos gélidos em meu pescoço, o que me fez
inclinar, e cravou suas presas em meu pescoço, eu podia sentir sua boca fria em
contato com a pele quente do meu pescoço, podia senti-lo sugando o meu sangue,
eu queria acordar mas aquele sonho foi tão intenso que podia sentir as
perfurações de sua mordida latejando em meu pescoço.
Não conseguia acreditar
que fora somente um sonho, me imagino contando para minha psicóloga:
- Olha Esther, não é que eu não confie em você, mas acho que não estou
sonhando. Sinto como se fosse uma premonição, acho que vampiros existem e um em
particular esta atrás de mim.
-
Bem Catherine, vou lhe receitar antipsicoticos e depois voltamos a conversar.
E claro que ela iria
sugerir uma internação. É obvio que acho que estou ficando louca. Mas o que
posso fazer? Me sinto muito lúcida apesar de tudo.
Resolvi deixar aquilo
de lado levantei e tomei um banho, ainda sentia o local onde as presas do
vampiro haviam tocado, em meu sonho. Olhei o pescoço no espelho por diversos
minutos mas não havia mais que uma vermelhidão no local, que devia ser por eu
ficar mexendo e tocando a todo momento.
Dentro de duas horas
tinha uma consulta com a minha psicóloga. Obrigatória. Se eu faltasse haveriam
muitas perguntas, que eu não estava disposta a responder.
Tudo bem você deve
estar querendo saber por que tenho sessões obrigatórias com uma psicóloga.
É complicado. Eu não lembro
muito bem. Eu tive um namorado. Sim, TIVE. Não tenho mais. E não porque dei um
pé na bunda ou levei um. Acontece que ele se matou. E parece que eu também
tentei me matar.
Eu digo parece porque
não lembro de ter tentado e nem acredito que tentaria, só sei que acordei no
hospital um mês depois com minha mãe sentada ao meu lado. Aos prantos ela me
contou tudo. Meu pai, um católico ferrenho, não fala comigo desde então. Já se
passaram dois anos e ainda sou obrigada a ir semanalmente a uma sessão com a psicóloga.
Se deixar de ir preciso me relatar a ela e fazer sessões extras.
Carrego as marcas da
“minha” tentativa de suicÃdio nos pulsos. Três linhas brancas muito visÃveis em
minha pele morena. Uso braceletes para esconder, mas muitas vezes as pessoas
perguntam e me sinto envergonhada para contar. Desde que aconteceu tenho
pequenas premonições, arrepios quando passo em certos lugares.
Tive uma visão com
minha avó alguns dias antes de ela morrer, ela disse que acreditava em mim, e
que a veria em breve.
Isso tudo me deixava
muito assustada no inicio, contei para minha psicóloga, mas só o que ela fez
foi aumentar a quantidade de remédios que eu já tomava. Com isso comecei a
mentir para ela. Agora me sinto sã sem os remédios, e apesar de ainda ter
visões e premonições, isso não me preocupava como antes.
Até agora. Até começar
a sonhar com aquele misterioso homem.
O pior é que não é uma
preocupação de ser perseguida ou morrer. Me preocupo em nunca encontrá-lo. Isso
é o mais perturbador. Me arrumei para ir a sessão, lá tudo ocorreu normalmente,
como sempre, contei que tive um pesadelo e ela pediu para que comesse coisas
mais leves a noite.
O meu dia foi o mais
normal possÃvel. Como era uma sexta feira resolvi marcar com algumas amigas e
sair para beber e dançar. Nos encontramos no mesmo bar em que sempre Ãamos,
bebemos um pouco e dançamos ao som da pequena banda que tocava no bar. Meus
pensamentos andavam longe quando uma das meninas veio falar em meus ouvidos:
- Cat! – virei para ela
para entender melhor. – Você tem um admirador – ela disse apontando para o
outro lado do bar.
Congelei na mesma hora.
Só de sentir os seus olhos eu já sabia quem era. Sua postura. Seu casaco preto.
Seu olhar intenso. Tudo me atraia para aquele desconhecido.
O homem dos meus
sonhos, literalmente o homem dos meus sonhos. Comecei a andar em sua direção e
ele na minha. A batida de uma musica agitada tocava ao fundo como em um sonho.
Aquilo me embalou até ele. Minha imaginação não era fértil o bastante. Nada que
imaginei era o suficiente para descrever a beleza dele.
Nos encontramos no meio
da pista de dança. Ele passou sua mão fria pelo meu rosto, deixando um rastro
de frio enquanto descia pelo meu pescoço. Embalada pela musica e por seus olhos
hipnóticos comecei a dançar.
Quando me dei por conta
estávamos próximos a porta. Ele largou minha cintura e estendeu a mão, hesitei
por um instante, olhei minhas amigas na pista de dança, estavam muito
distraÃdas e envolvidas pela dança.
Peguei sua mão e o
segui em silencio, toda vez que pensava em dizer algo abria a boca e logo
fechava. Como iria perguntar algo? Eu o estava seguindo sem questionar. Se ele
fosse um assassino á sangue frio eu seria encontrada em algum canto morta com
um sorriso nos lábios.
Chegamos á um parque
onde ele sentou e me olhou. Sentei ao seu Aldo e devolvi o olhar.
- Você sabe que isso é
perigoso não é? – ele disse com uma voz suave e rouca.
- Porque diz isso? Tem
medo que eu revele algo?
- Não. Você é muito
imprudente. – ele disse com um olhar intenso. – não pensou que eu poderia
machucar você? Nem por um segundo imaginou que eu á estava atraindo para uma
armadilha?
- Claro que pensei
nisso... mas por que todo esse trabalho? Para me fazer desejá-lo a ponto de
perder todo o pouco juÃzo que já tenho? Que diferença faria para você? Mesmo
que fosse uma armadilha eu ficaria feliz em ser notada desse jeito.
- Você não tem medo de
mim? – conforme ele disse isso pareceu aumentar de tamanho, pude ver suas
presas de relance. Senti um tremor, um frio na barriga. Não, não era medo. Era
expectativa.
Ele suspirou e
continuou. – Posso ver que não, alias posso sentir. Seu cheiro me passa varias
emoções, nenhuma delas é medo. – ele passou a mão pelo rosto como se estivesse
cansado.
- Porque você aparece
em meus sonhos? – perguntei – Porque é algo tão intenso?
- Você me chama todas
as noites Catherine. Sou atraÃdo por você a cada minuto que se passa, e a cada
dia fica mais intenso.
- Isso é sério? –
fiquei perplexa quando ele acenou a cabeça com um sim silencioso. – não consigo
entender.
- Você sabe o que eu
sou Catherine? – vi um lampejo e seus olhos passaram de negros á vermelhos.
- Acho que sim –
respondi – apesar de ás vezes achar que perdi o pouco da sanidade que me
restou.
- Você sabe o que vai
acontecer Catherine? Sabe o que significa
você ter me chamado e eu estar aqui falando com você?
Fiz um sinal negativo
com a cabeça, não imaginava o que estava acontecendo e apesar de saber que era
real não conseguia acreditar em tudo aquilo. Ele segurou meu queixo e levantou
me rosto ate que meus olhos ficassem na altura dos seus.
- Você morreu
Catherine. Seu corpo e sua alma estão em conflito. Seu corpo resiste enquanto
sua alma quer partir, e você se encontra dividida entre o mundo dos vivos e dos
mortos. Eu posso acabar com isso. Mas você tem que escolher.
- Eu morri? Perguntei,
mas seus olhos continuavam fixos nos meus e não foi preciso que ele
confirmasse, eu acreditava por mais absurdo que parecesse, não conseguia
identificar nenhuma mentira em seu semblante, seu olhar me parecia puro como de
uma criança. – O que eu devo fazer? Que escolha é essa que pode me ajudar?
Ele abriu um leve
sorriso levantou e me puxou junto com ele.
- Você pode continuar
vivendo como está, posso fazer com que se esqueça de mim, esqueça que estive
aqui, mas você continuara a atrair criaturas da noite e um dia uma irá por fim
ao sofrimento de sua alma.
- Ou? – perguntei
rapidamente sentindo arrepios na pele só de pensar que ou o que seriam essas
criaturas da noite de que ele falava.
- Você se torna minha –
um arrepio diferente subiu pelas minhas costas, e um calor pelas minhas pernas
– sua alma se libertará do fardo de permanecer entre os vivos querendo estar
morta, ficara unida ao seu corpo, e seu corpo – ele falou me analisando de cima
á baixo – se tornará forte e belo ... para sempre.
- Não me parece uma
escolha difÃcil se quer saber.
- Você terá que abrir
mão de sua famÃlia, de seus amigos, se tornara uma predadora, se tornara a
sombra que espreita pela noite, será aquilo que as pessoas mais temem mesmo sem
saber. – ele disse isso me rodeando, sua sombra me aterrorizava, me fazia
sentir um medo profundo com cada palavra pronunciada. – você irá se alimentar,
irá matar para isso, não pense que sou bonzinho, você não vai ser também. Seus
desejos vão te dominar – um sorriso travesso brincou em seus lábios desfazendo
aquela aura de terror – desejos que você reprime agora serão os mais fortes,
desejos sexuais contidos geralmente aumentam a fome de sangue e de sexo.
Enrubesci na mesma
hora, pensava que não era contida sexualmente, mas também não era uma mulher
que se satisfazia a todo momento.
- Eu não posso
continuar assim. Se é o melhor, que seja então. Não tenho amigos que sentirão
falta, minha famÃlia só resta a mamãe, mas acho que ela ficaria aliviada se eu
sumisse. – falei tentando parecer que não me importava.
Ele me olhou e senti de
súbito que estava me analisando, ele tentava decidir se era realmente aquilo
que eu queria? Se eu estava mentindo? Não tinha como eu saber. Se ele era minha
esperança de uma vida normal eu tentaria.
- Agora você será minha... entende o que isso quer dizer?
Assenti, ele pegou
minha mão e me conduziu de volta a boate, me puxou até o meio do salão e
começou a dançar. Por um instante fiquei parada, depois fui envolvida pela
musica e me deixei levar, ele me segurava firme e me virava para todos os lados,
suas mãos frias queimavam minha pele por cima da roupa, de repente ele se
aproximou de meu ouvido e sussurrou:
- A propósito meu nome
é Guillermo. – dito isso ele deu um beijo suave em minha orelha me deixando
arrepiada e alerta. Aos poucos não conseguia esconder o desejo que sentia, a
eletricidade entre nos era palpável.
Em um canto do salão
ele começou a me beijar, primeiro de leve, depois intensamente aos poucos a
musica era só um som ao fundo, tudo que eu podia sentir e ouvir era o desejo de
nossos corpos, minha mente ficou nublada, percebi que ele me levara ate algum
lugar, mas não conseguia definir ate que ele me sentou em uma mesa. Parecia um
escritório, Não importava.
Minha saia subiu e ele
se encaixou entre minhas coxas enquanto eu puxava sua camiseta, sua jaqueta já
estava no chão. De súbito ele parou e se afastou de mim, tirou a camiseta bem
devagar olhando diretamente para mim, fiquei admirando seu peito másculo ele é
lindo como uma alucinação saÃda de um sonho erótico.
- Se continuarmos – ele
disse ofegando – não poderei mais parar.
Respondi tirando a
minha blusa, deixando a mostra meu sutiã preto de renda, ele deu um grunhido e
se atirou como um animal atrás de sua presa.
Eu não conseguiria
dizer por onde suas mãos andavam de tão intensas que eram, eu me encontrava em
êxtase, meu corpo nunca tinha experimentado um prazer tão grande, todas as
minhas terminações nervosas estavam ativadas, ele me lambeu, chupou, mordiscou,
fez de mim um brinquedo que a cada toque ficava mais quente, mais intenso, cada
toque dele era quase um orgasmo para mim. Quando achei que não agüentaria mais
um minuto daquela tortura erótica ele me tomou para si, foi a sensação mais
intensa que tive em toda a minha vida. Não sentia mais nada alem daquele homem
maravilhoso, seu cheiro, seu toque frio, sua pele macia, tudo era êxtase puro.
Por um instante ele parou e me olhou com seus olhos dilatados e vermelhos.
- Está pronta? – com
uma voz sensualmente rouca – esta pronta para morrer?
Eu deveria ter sentido
medo com aquela declaração, ele não estava brincando, seus olhos clamavam por
sangue, mas o que consegui fazer foi dar um gemido de puro prazer e
expectativa.
Ele começou a se mover
lentamente, me deixando ciente de cada parte do meu corpo e do dele, seus olhos
se tornaram mais famintos e de um vermelho rubro aterrorizador, suas presas se
mostraram, afiadas como facas, um grunhido animalesco começou a se formar em
seu peito conforme ele aumentava o ritmo, eu podia sentir a vibração daquele
homem dentro de mim.
Ele me segurou firme na
cintura sem parar de se mover, passou a Mao pelo meu ombro, subindo lentamente
ate o meu pescoço, tirando o cabelo da frente e o deixando completamente
exposto, o suor brotava da minha pele, ele empurrou minha cabeça para o lado e
mordeu. Uma dor causticante se seguiu depois da mordida ele continuava se
movendo dentro de mim tornando a dor um pouco mais suportável, o prazer
mesclando as sensações, podia sentir meu sangue se esvaindo ate que atingi o
clÃmax, a dor superou o prazer e em um grito desfaleci.
Acordei deitada ao lado
de Guillermo. No chão, ele me observava cautelosamente. Ouvi a musica que
tocava no salão atrás da porta, podia sentir o ritmo e batida em minha pele.
Pensei em levantar e já estava de pé, olhei para Guillermo, minha visão que
nunca foi boa estava perfeita, eu nunca o enxerguei realmente, ele não era só
bonito, tinha cicatrizes que eu não havia notado e sua pele não era tão
perfeita como eu achava. Podia ver tudo a minha volta, os cheiros me deixavam
inebriada, perfumes de todos os tipos, mas só um me chamava atenção, era cheiro
de pele, de suor, de desejo.
Guillermo se levantou
lentamente, como se tivesse medo de me assustar. Esticou a mão pára mim mas não
me buscou, esperou que eu o tocasse, sua pele antes fria estava na mesma
temperatura da minha. Olhei mais cuidadosamente para as minhas mãos, minhas
cicatrizes continuavam nos pulsos, minha pele estava mais clara, mas não
perdera seu tom negro. Escutei um sussurro e parei para ouvir.
- Você é linda. – ele
disse nas minhas costas, virei para ele e o encarei – agora você precisa se
alimentar pela primeira vez.
Me vesti rapidamente e
ele me conduziu pelo salão. Percebi que havia passado bastante tempo, não via
minhas amigas em canto nenhum, olhei o celular e percebi que tinha uma mensagem
dizendo que tinham me procurado e como não tinham me encontrado iriam embora.
Poucas pessoas permaneciam no bar, um rapaz bêbado caÃdo por cima do balcão,
uma prostituta se agarrando com um homem e um casal discutindo em um canto me
chamaram a atenção.
Senti a aproximação de
Guillermo antes que me tocasse.
- Você pode escolher, - e acrescentou - quem você quiser.
Fui ate o bar e fiquei
observando, não sabia exatamente o que fazer, Guillermo se sentou em uma das
mesas pegou uma cerveja e ficou só olhando com um sorriso letal no rosto, a
briga do casal chegou a um ponto critico e a mulher já estressada atirou um
copo nele. Senti o cheiro antes de ver, o cheiro acre e doce do sangue dele
escorrendo pelo rosto. A mulher saiu pela porta correndo enquanto ele a olhava
assustado, agora só restavam ele, o rapaz bêbado e o casal se agarrando no
canto alem de um barman espinhento lendo uma revista pornográfica. Olhei de
relance para Guillermo e como se lesse os meus pensamentos ele foi ate a única
saÃda e a trancou.
Me dirigi ate o homem
da briga, que havia sentado no bar, peguei sua mão e o levei ate a pista e
comecei a dançar, ele parecia não acreditar que aquilo estava acontecendo. Eu
me esfregava nele e aos poucos ele foi relaxando, olhava de canto para a porta
imaginei que esperava que a mulher entrasse a qualquer momento, ela não faria
isso. Agarrei seu pescoço e lambi seu rosto que continuava sangrando, um êxtase
sem igual me atingiu. Meus olhos se dilataram e olhei serenamente para ele.
Quando me retribuiu o olhar pude ver a mudança, seu olhar de desejo e luxuria
se transformou em medo, terror, ele se desvencilhou dos meus braços e saiu
correndo, não teve nenhuma chance de chegar a porta, seus sentidos já
entorpecidos não eram páreo para mim. Em um piscar de olhos eu o segurava pelo
pescoço.
Pude ver meu reflexo em
seu olhar, não reconheci aquela pessoa, mas não me importei. Aquela era minha
presa. Ela não fugiria, virei seu pescoço para o lado, mas a minha força era
tanta que acabei o matando. Senti Guillermo ao meu lado.
- Não beba dele, ele
está morto.
Olhei para ele com
fúria no olhar, mas obedeci. O barman parecia não ter notado nada, fui
lentamente ate ele pedi uma bebida e o ataquei. Seu sangue era doce, quanto
mais ele se debatia e gritava mais prazer eu sentia. Guillermo me olhava de um
canto do salão. Gritos ecoavam dentro do salão, percebi que o homem e a
prostituta tentavam sair freneticamente
pela porta.
Peguei os dois sem
piedade, a prostituta chorava em um canto quando acabei com o homem, ela fazia
cruzes com a mãe e rezava para que alguém a salvasse. Ninguém a salvou. Nem me
lembrava do jovem bêbado até que ele me atacou com um pedaço de madeira. A
coragem dele me deixou perplexa, ele fugiu quando me viu sorrindo. Olhei para o
lado e me vi em um espelho, olhos vermelhos, presas enormes, minha blusa se
encontrava meio aberta com o sutiã aparecendo, mas o impressionante era a
quantidade de sangue que escorria pelos cantos de minha boca, minha blusa
branca estava salpicada, parecia um filme de terror. E eu gostei, o cheiro do
medo dele me excitava. Persegui ele por todo o prédio deixando para pega-lo
quando chegou ao terraço. Sob a luz da lua matei mais aquele homem, sem remorso
suguei toda a vida que fluÃa em suas veias.
Guillermo me levou
embora logo depois do massacre, perguntei se não devÃamos limpar tudo e ele
respondeu que já havia feito isso, não havia escondido os corpos, mas o modo
como eles foram mortos.
Ele me explicou que
minha alma estava morta agora, eu não sou mais a Catherine de antes, eu não me
importaria em matar, assim como ele.
Também me lembrei do
que havia acontecido quando supostamente tentei me matar. Eu não tentei, como
eu já imaginava meu namorado não havia aceitado o termino, do qual não me
lembrava, me drogara e forjara uma tentativa de suicÃdio.
Me sentia forte e
controlada, dona de minha própria vida. Alguns dias depois liguei para minha
mãe e avisei que iria embora. Não queria que ninguém me procurasse, deixei bem
claro. Eles iriam atrás de mim, isso era certo com o meu histórico suicida, mas
desistiriam logo. Eu não faria falta.
Descobri logo que o que
Guillermo mandasse eu obedeceria. Ele é o meu criador. Devo minha morte e minha
ressurreição a ele. Mas mesmo que ele seja meu criador existe um vinculo maior
entre nós, minha alma escolheu ele para obter a libertação. Ele se tornou muito
curioso quanto as minhas habilidades. Me recuperei rapidamente da
transformação, e obtive o controle do meu apetite mais rápido que o normal. Ele
acha tudo muito curioso. E quer me manter só para ele. Por enquanto.
Ele é obcecado por
registros, me pediu para escrever um diário, um relato de tudo que aconteceu
comigo. Não foi difÃcil, já tinha o habito de escrever em um diário virtual.
Sem datas, só relatos.
Só mais um fato do que
acontece em minha vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário