Vozes do Joelma
Marcos DeBrito, Marcus Barcelos, Rodrigo de Oliveira, Victor Bonini, Tiago Toy
Nota: 5/5
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Este livro foi uma cortesia da Faro Editorial
Vozes do Joelma trás 4 contos e a narração de Tiago Toy interligando-os. Para quem não sabe o EdifÃcio Joelma foi palco de um dos maiores incêndios do Brasil, ocorrido em fevereiro de 1974, deixando 187 mortos e mais de trezentos feridos.
A primeira tragédia é contada por Marcos DeBrito, em Os Mortos não perdoam conhecemos a história de Pablo, um quÃmico que se vê atormentado pelos seus crimes, e conhecemos a fundo os seus vÃcios e medos. [ Baseado no Crime do Poço, um crime ocorrido em 1948. ]
Depois conhecemos o ponto de vista de Rodrigo de Oliveira, em sua história conhecemos Samara, uma mulher ambiciosa suposta a tudo para alcançar os seus objetivos. Ao se deparar com um possÃvel crime de seu superior ela não hesita ao denunciá-lo com intuito de tomar seu lugar, mas o que ela não espera é ser surpreendida com a volta dele após um terrÃvel acidente, transformando as ultimas horas de sua vida em um tormento inimaginável. [Neste conto temos um vislumbre de como ocorreu o incêndio.]
Marcus Barcelos nos trás uma visão pós tragédia. Amilton se vê surpreendido quando acaba responsável pelo cemitério onde treze vitimas do incêndio, presas em um elevador acabam sendo enterradas juntas, treze covas lado a lado sem identificação. [Baseado em O Mistério das Treze Almas, que arrecada devotos até os dias atuais]
E por fim Victor Bonini nos trás a derradeira maldição do prédio, que após muitos anos abandonado se torna uma ocupação. Lá intrigas e medos afloram, e uma senhora com muito medo da morte e com a vontade de cuidar de sua famÃlia se vê impelida a praticar crimes que vão alem de sua compreensão.
Vozes do Joelma é um livro cru e intenso que se torna mais prazeroso ainda com a ‘interferência’ de Tiago Toy, que dá voz a uma ‘entidade’ que nos norteia durante toda a narrativa. Foi uma leitura maravilhosa e intensa, acoitada por uma edição que deixaria qualquer autor de terror maravilhado.
Marcos
DeBrito, Rodrigo de Oliveira, Marcus Barcelos e Victor Bonini são autores
reconhecidos pela crueldade de seus personagens e grandes reviravoltas nas
narrativas. As mentes doentias por trás dos livros A Casa dos Pesadelos, O
Escravo de Capela, Dança da Escuridão, Horror na Colina de Darrington, Quando
ela desaparecer, O Casamento, Colega de Quarto, e da série As Crônicas dos
Mortos, se uniram para criar versões perturbadoras sobre as tragédias que
ocorreram em um terreno amaldiçoado, e convidaram o igualmente perverso Tiago
Toy para se juntar na tarefa de despir os homicÃdios, acidentes e assombrações
que permeiam um dos principais desastres brasileiros: o incêndio do edifÃcio
Joelma. O trágico acontecimento deixou quase 200 mortos e mais de 300 feridos,
além de ganhar as manchetes da época e selar o local com uma aura de maldição.
Esse fato até hoje ecoa em boatos fantasmagóricos que envolvem a presença de
espÃritos inquietos nos corredores do prédio e lendas sobre lamúrias vindas dos
túmulos onde corpos carbonizados foram enterrados sem identificação. Algo que
nem todos sabem, é que muito antes do Joelma arder em chamas no centro de São
Paulo, o terreno já havia sido palco de um crime hediondo, no qual um homem
matou a mãe e as irmãs e as enterrou no próprio jardim. Devido às recorrentes
tragédias que marcaram o local, há quem diga que ele é assombrado por ter
servido como pelourinho, onde escravos eram torturados e executados. E sua
maldição já fora identificada pelos Ãndios, que deram-lhe o nome de Anhangabaú:
águas do mal. Se as histórias são verdadeiras não se sabe... A única certeza é
que a região onde ocorreu o incêndio tornou-se uma mina inesgotável de
mistérios. E, neste livro, alguns deles estão expostos à loucura de autores que
buscaram uma explicação.
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