3.17.2019

[Resenha] Rumo ao Sul


SINOPSE: E se você descobrisse que viveu muito tempo sob perspectivas equivocadas?E que foi cruel com uma das pessoas que mais amava no mundo?
Essa é a jornada...

Ao sul dos Estados Unidos, numa pequena cidade do Tennessee, o pastor Asher Sharp tem de encarar o seu próprio passado após uma das mais violentas enchentes que aquelas terras já enfrentaram.

Então um casal gay pede abrigo ao pastor após ajuda-lo no socorro a outras pessoas, mas perderam tudo na inundação. Asher se vê diante de um dilema, quer abrigar os dois homens mas encara a recusa de sua esposa. Um fato que vai trazer à tona histórias enterradas de sua própria vida, da rejeição ao seu irmão, que era também seu melhor amigo.

Algo que o faz questionar todos os valores daquela comunidade e tomar atitudes de ruptura, que desencadeiam uma série de outros eventos.

Decidido a encontrar o irmão de quem ele se afastou e nem sabe o paradeiro, desejando salvar o filho de um ambiente asfixiante, ele parte numa viagem rumo ao sul. Um percurso em que toda a sua história é passada à limpo, em meio a belas paisagens, novas amizades e descobrindo um mundo imenso, muito diferente do seu, algo que pôde ensiná-lo sobre as coisas mais profundas da vida.
Ficha técnica
Autor: Silas House
Editora: Faro
Ano: 2019
Páginas: 272



“Perdoar é a coisa mais fácil do mundo, ele acha. Tudo o que você precisa fazer é decidir perdoar e está feito. Você se sente melhor imediatamente, é como empurrar um cobertor pesado demais para você dormir bem. Esquecer é a parte mais difícil.”

Olá Bookaholics!

Hoje venho trazer uma resenha muito especial de um livro que me fez refletir bastante.

Rumo ao Sul (Southernmost) do autor Silas House trás em suas páginas uma história comovente sobre a busca de um pastor por perdão, e mostra que a mudança pode acontecer das formas mais extraordinárias possíveis.

Asher Sharp é um pastor que vê sua vida virando de cabaça para baixo após uma grande inundação. Perdendo vários amigos e vizinhos ele se vê ajudando todos os que pode, e com a ajuda de dois novos moradores ele salva outras pessoas. 

“Agora podiam ouvir o rugido do rio, carregando arvores, casas e animais. Eles poderiam ter ouvido os gritos dos bezerros ou os relinchos apavorados dos cavalos, mas o barulho provocado por toda espécie de entulho era alto demais, uma cacofonia de perdas. Eles ainda não sabiam, mas a enchente havia matado mais de quarenta pessoas e quando as águas começassem a baixar os corpos surgiriam no alto das arvores, presos dentro das casas ou nas margens do rio Cumberland.”

O grande choque se dá quando ele descobre que aqueles dois que arriscaram a vida para salvar quem nem conheciam eram um casal gay. No final do dia quando Asher quer abriga-los em sua casa ele percebe o quão toxico é sua congregação e sua esposa, e todos aqueles que são tementes a Deus, quando sua esposa se recusa a aceitar duas pessoas que acabaram de se arriscar para salvar a vida de um desconhecido e sua filha, que estão sem casa e sem um lugar para se manter ele percebe que aquilo não é o que Deus quer. 

“Asher ergueu os olhos e observou as estrelas novamente. Não era justo que um céu tão iluminado como aquele estivesse brilhando acima deles quando havia tanta gente que perdera tanto. Mas o céu não presta a menor atenção ás coisas que acontecem conosco, sejam elas alegres ou tristes.”

Ele revisita sua consciência e se lembra de quando ele mesmo deu as costas para o seu irmão. Asher toma uma decisão. Aceitar aqueles dois em sua congregação, estender a mão sem julgar, mas acaba se vendo em uma luta contra si mesmo, perdendo sua casa e em consequência sua família. 

“— Lydia, escute. Você está confundindo crença com julgamento. Não estamo aqui para julgar. Você deixou que todos esses julgamentos da igreja tomassem conta de você. Que lhe tirassem a alegria.”

Ele não suporta a ideia de perder seu filho, mas sua mulher utiliza tudo que tem para afasta-los, inclusive um discurso sobre igualdade e justiça que ele fez antes de ser expulso de sua congregação. Em desespero ele ‘sequestra’ seu próprio filho e parte em busca de seu irmão, Rumo ao Sul.

“— Tudo que ele queria era que eu o amasse como ele era, e eu não consegui. — Asher respirou profundamente. — Jamais soube de uma mentira contada por meu irmão. Mas quando ele me disse que havia nascido daquele jeito, eu o acusei de estar mentindo. Disse que ele havia se entregado a uma ideia infame. Porque era isso o que haviam me ensinado. E então perdi meu irmão. Não por causa da escolha que ele fez, mas porque decidi lhe dar as costas.”

Este livro tem muitas lições, tantas que seria difícil elencar todas aqui, acho que a mais importante e que se repete em vários momentos é sobre como Deus está em tudo, ele esta em um rio, em um simples pássaro, em um animal perdido ou no conforto dos braços de uma pessoa que você ama.

“Quando montam de novo na lambreta, Justin agarra-se ao pai. Com a cabeça virada para cima observa o céu novamente. É assim que as pessoas deviam fazer suas orações, ele pensa. em vez de abaixar a cabeça, enfiando o queixo no peito. Elas deveriam olhar para cima e expor o rosto para o céu. Justin observa as nuvens deslizando, mudando de forma, de cor, do esverdeado para um cinza profundo; e o céu amarelado adquirindo os tons rosados do inicio da noite.”

Eu amei demais o livro e recomendo a todos!

MINHA NOTA


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Este livro foi uma cortesia da Faro Editorial


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