[RESENHA #34] Menina Má

“Às vezes, é difícil entender por que tem de haver tanta dor e crueldade nesse mundo. Mas é algo que todos temos que enfrentar.”

SINOPSE: Publicado originalmente em 1954, MENINA MÁ se transformou quase imediatamente em um estrondoso sucesso. Polêmico, violento, assustador eram alguns adjetivos comuns para descrever o último e mais conhecido romance de William March. Os críticos britânicos consideraram o livro apavorantemente bom. Ernest Hemingway se declarou um fã. Em menos de um ano, MENINA MÁ ganharia uma montagem nos palcos da Broadway e, em 1956, uma adaptação ao cinema indicada a quatro prêmios Oscar, incluindo o de melhor atriz para a menina Patty McComarck, que interpretou Rhoda Penmark.

Rhoda, a pequena malvada do título, é uma linda garotinha de 8 anos de idade. Mas quem vê a carinha de anjo, não suspeita do que ela é capaz. Seria ela a responsável pela morte de um coleguinha da escola? A indiferença da menina faz com que sua mãe, Christine, comece a investigar sobre crimes e psicopatas. Aos poucos, Christine consegue desvendar segredos terríveis sobre sua filha, e sobre o seu próprio passado também.
MENINA MÁ é um romance que influenciou não só a literatura como o cinema e a cultura pop. A crueldade escondida na inocência da pequena Rhoda Penmark serviria de inspiração para personagens clássicos do terror, como Damien, Chucky, Annabelle, Samara, de O Chamado, e o serial killer Dexter.

RESENHA

Menina Má, este é o titulo perfeito para essa trama extremamente perturbadora. Tenha em mente que não é um livro sangrento, com descrições de terríveis assassinatos, com detalhes que lhe darão engulhos e pesadelos, este é um livro que vai te dar arrepios pelo simples fato de a personagem principal, Rhoda, ser assustadora em seus 8 anos de idade.

Publicado pela primeira vez em 1954, no mesmo ano de Eu Sou A Lenda, Menina Má trouxe um suspense psicológico incrivelmente bem estruturado que ainda impacta nos dias de hoje.

A história retrata uma parte da vida de uma adorável menina de 8 anos, Rhoda Penmark. Ela é uma garota precoce e auto suficiente, adorada por todos a sua volta. Ela vive com sua mãe, Christine, que cuida de tudo enquanto o marido trabalha, só temos uma visão de Kenneth através da descrição de Christine, e ao final do livro.

Christine começa a ficar desconfiada da filha quando um acidente horrível acontece na escola onde ela estuda, suas atitudes são frias e calculadas e a mãe começa a se perguntar desde quando a filha é assim, será que tudo era uma mera coincidência?

"Sempre houve algo estranho com Rhoda, mas eles ignoraram suas esquisitices, esperando que, com o tempo, ela fosse se tornando mais parecida com as outras crianças. Mas isso não aconteceu."

Ela começa a investigar e perceber o quanto se engana quando se trata de sua filha, as descobertas são indigestas e ela começa a se culpar pelas atitudes psicopatas de Rhoda, o que ela poderia fazer?

Em Menina Má podemos ver o como a maldade pode estar entranhada em uma pessoa, a dissimulação da menina no livro é espantosa, e quando se vê confrontada pela mãe logo percebe que pode controlar aquilo também.

O comprometimento do caráter da mãe após descobrir as maldades da filha é impressionante, Christine é uma personagem fraca que tenta ser forte, ela sucumbe a cada ato da menina que aos olhos de todos é adorável.

Rhoda é uma versão crua de um serial killer, ela tem em si uma maldade crua que ela vai refinando no passar da trama, o quanto é possível uma criança ser cruel?

"Ela ainda é uma amadora, mas melhora a cada dia. Está aperfeiçoando a atuação. Em alguns anos, não vai ser mais essa canastrona, Vai ser uma atriz bem convincente."

Menina Má é um livro impactante, todos os elementos vão se encaixando aos poucos, tudo vai se afunilando levando a um final inevitável e mesmo assim o impacto final é extasiante.

A editora Dark Side fez um trabalho maravilhoso com Menina Má, além da edição linda, todos os detalhes são perfeitos e bem pensados!