3.10.2017

[RESENHA #41] Marina

Marina me disse um dia que a gente só lembra do que nunca aconteceu."
Sinopse
Na Barcelona dos anos 1980, o menino Óscar Drai, um solitário aluno de internato, conhece Marina, uma jovem misteriosa que vive num casarão com o pai idoso. Em passeios pela cidade, os dois presenciam uma cena estranha num cemitério e se envolvem na resolução de um mistério que remonta aos anos 1940. Numa tentativa inútil de escapar da própria memória, Oscar abandona sua cidade. Acreditava que, colocando-se a uma distância segura, as vozes do passado se calariam. Quinze anos mais tarde, ele regressa à cidade para exorcizar seus fantasmas e enfrentar suas lembranças - a macabra aventura que marcou sua juventude, o terror e a loucura que cercaram a história de amor.
Resenha
"Todos temos um segredo trancado a sete chaves no sótão da alma. Esse é o meu."

Marina é leve, Óscar é pesado. Marina é uma pena, Óscar é uma bigorna. Os dois são tão diferentes, e, por isso, eles são tão perfeitos.
Óscar é um menino de um internato, o que chamaria de "pestinha". Aquela pessoa que tu não convidaria para entrar na tua casa.
Em uma das suas "saídas" do internato, Óscar "furta" um pequeno objeto. Um relógio de ouro, com a inscrição:
"Para Germán, em quem fala a luz. 
K. A. 
19-1-1964"
Com a consciência pesada e o arrependimento no peito, Óscar volta ao lugar para devolver o relógio.
Um casarão arquitetônico, antigo, como a Barcelona antiga. Um contraste com os modernos prédios que ornamentam a rua.
Óscar não espera que, quando está a caminho, encontra os moradores da casa. Ou melhor, a moradora.
Marina é uma pluma, anda como se deslizasse, encanta os olhos de Óscar com sua pele branca, seu vestido igualmente branco. Sua voz, baixa, quente e envolvente convidando-o a entrar para devolver o relógio a quem é por direito.
Germán é apresentado à ele, a quem agradece por devolver o artefato. Com um semblante cansado e doente, Óscar de cara fica preocupado.
Daí, uma amizade surge. Uma amizade forte, envolvente, que deixa quem lê ansioso para a próxima página.
Durante todos os dias Óscar vai visitar os novos amigos e sai em aventuras com Marina. Como aos domingos, mais precisamente às 10h00, ao cemitério para investigar a "Dama de Negro".
Como óscar é um menino que não guarda meias verdades, ele resolve pesquisar a fundo o mistério.
Com o livro intercalando entre o orfanato, o casarão e a investigação, óscar se envolve, aprende sobre arte, viagens, sobre a cultura e história local. 
O livro desenrola focando um pouco mais na história de Michael e Eva, onde se concentra de tudo um pouco.
É uma leitura triste, extasiante e ótima, com uma fluência encantadora.
Marina torna-se leve. Marina torna-se exuberante. Marina torna-se... simplesmente, Marina.
Esse livro é singelo e vai mudar tua visão. As borboletas? mudarão. As viúvas? mudarão. As órfãs? Não serão as mesmas. Você vai aprender a confiar desconfiando, a ter uma "perna atrás" e, sempre, aproveitar a vida.
Marina é simplesmente, totalmente e completamente PERFEITO.

"Às vezes, contar a verdade não é uma boa ideia, Óscar."

Minha Nota


Ficha Técnica
 Título: Marina
Autor: Carlos Ruiz Záfon
Editora: Suma de Letras
Páginas: 189
Ano da Edição: 2004
Onde Comprar: Objetiva


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