3.31.2017

[RESENHA #46] A Guerra que Salvou a Minha Vida

SINOPSE: Ada tem dez anos (ao menos é o que ela acha). A menina nunca saiu de casa, para não envergonhar a mãe na frente dos outros. Da janela, vê o irmão brincar, correr, pular – coisas que qualquer criança sabe fazer. Qualquer criança que não tenha nascido com um “pé torto” como o seu. Trancada num apartamento, Ada cuida da casa e do irmão sozinha, além de ter que escapar dos maus-tratos diários que sofre da mãe. Ainda bem que há uma guerra se aproximando.

Os possíveis bombardeios de Hitler são a oportunidade perfeita para Ada e o caçula Jamie deixarem Londres e partirem para o interior, em busca de uma vida melhor.


Kimberly Brubaker Bradley consegue ir muito além do que se convencionou chamar “história de superação”. Seu livro é um registro emocional e historicamente preciso sobre a Segunda Guerra Mundial. E de como os grandes conflitos armados afetam a vida de milhões de inocentes, mesmo longe dos campos de batalha. No caso da pequena Ada, a guerra começou dentro de casa.

Essa é uma das belas surpresas do livro: mostrar a guerra pelos olhos de uma menina, e não pelo ponto de vista de um soldado, que enfrenta a fome e a necessidade de abandonar seu lar. Assim como a protagonista, milhares de crianças precisaram deixar a família em Londres na esperança de escapar dos horrores dos bombardeios.

Vencedor do Newbery Honor Award, primeiro lugar na lista do New York Times e adotado em diversas escolas nos Estados Unidos.

RESENHA
A Guerra que salvou a minha vida é um livro diferente do que estamos acostumados quando se trata de relatos sobre a segunda guerra. Geralmente temos livros pesados, com uma carga emocional muito forte, não que a carga emocional dele seja pequena porém não é o que você pode estar esperando.

Eu não chorei, não como chorei quando li O Menino dos Fantoches de Varsóvia (Eva Werver) ou Jardim de Inverno (Kristin Hannah), eu não sou imune a histórias tristes, e claro a historia de Ada é triste até certo ponto.

Ada é uma menina aleijada, nasceu com um problema no pé, pé torto, e por isso sua mãe a despreza, a deixa isolada do resto do mundo, com apenas uma janela para fora, sem a chance de aprender nada. Ada é uma menininha,uma criança, mas em suas palavras, em seu coração, já é muito madura, tudo aprendido a duras penas sob o julgo de uma mãe cruel.

"Estou vendo esse seu olhar garota. Não vai achando que pode me enganar. Você tem é sorte por eu te aguentar. Não faz ideia do tanto que as coisas podem ficar piores."

Ela cuida de seu irmão, e não consegue entender porque ele tem que sair para a escola, e se sente só quando ele sai para brincar com os amigos e a deixa sozinha. Ada não vê a possibilidade de um futuro melhor, aliás nem sabemos se ela entende que pode ser diferente.

"Você não passa de uma desgraça!", ela gritava."Um monstro, com esse pé horrível! Acha que eu quero o mundo todo vendo a minha vergonha?" Ameaçou tapar a minha janela com uma tábua se eu voltasse a descer. Era sempre a mesma ameaça.

Com a iminência da guerra as crianças estão sendo evacuadas para o campo, o risco das bombas sobre a cidade é muito grande, mas a mãe dos dois não pensa em enviar eles, talvez o menino, mas não Ada, quem iria querer cuidar dela?
Ada se esforça para aprender a caminhar, ela precisa fugir daquilo e levar o irmão, e quando surge a oportunidade eles fogem junto com as outras crianças.
Eles vão parar na casa de Susan Smith, ela não os queria, mas se vê obrigada a aceita-los.

Ada e Jamie estão acostumados a dor e sofrimento, estão acostumados a apanhar pelo menos deslize e apesar de dizerem a eles que Susan é uma má pessoa, ela demonstra carinho e cuidado com eles, Ada encontra a oportunidade de conhecer novos mundos, começa a melhorar e descobre que seu pé pode ser curado, e que aquilo não é culpa dela.


Eu não sentia raiva. Sentia tristeza. A tristeza era tanta, que eu me perdia nela. Porém, ao terminar o chá, apanhei papel e lápis e, na minha melhor caligrafia, escrevi uma carta."Querida Mãe", escrevi, "por favor, me deixe ser consertada."


A Guerra que Salvou a Minha vida me prendeu no fato de Ada acreditar ser impossível a mãe a odiar, e ela começa a aprender com Susan o verdadeiro significado de ser amado e ter o carinho de alguém.

A parte mais difícil de se 'engolir' no livro de Kimberly é quando as crianças finalmente percebem o que a sua mãe é e o que sente. Deixa um gosto amargo na boca e um nó na garganta.

Não se pode esquecer também da guerra que está acontecendo, e na maior parte do tempo ela é só um pano de fundo, vai atingir eles de forma lenta, e mesmo assim está presente.

Eu li este livro em pouco tempo, e é um livro que trás a evolução de vários personagens e isso é muito interessante de se acompanhar.

Bem acho que já me estendi demais nesta resenha, espero que tenham gostado, e leiam este livro ele vale a pena de muitas formas.

MINHA NOTA

FICHA TÉCNICA
Titulo Original: The War That Saved My Life
Autor: Kimberly Brubaker Bradley
N° de Páginas: 240
Editora: Dark Side Books





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